A cena foi digna de um filme: a manhã começava tranquila em Copacabana quando agentes da Polícia Federal bateram à porta do general Walter Braga Netto. Preso neste sábado (14), o ex-ministro da Defesa e aliado de Jair Bolsonaro agora enfrenta graves acusações no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Como chegamos até aqui?
MANDADOS, BUSCAS E UM PAÍS EM ALERTA
A operação que levou à prisão de Braga Netto foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão também incluíram a residência do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general. Durante as buscas, documentos comprometedores teriam sido encontrados, apontando para um plano detalhado conhecido como “Operação 142”.
E o que esse plano dizia? Além de sugerir um golpe institucional, ele trazia uma mensagem clara e impactante: “Lula não sobe a rampa”.
O PESO DAS INVESTIGAÇÕES: REVELAÇÕES CHOCANTES
Você sabia que a casa de Braga Netto teria sido palco de reuniões estratégicas para tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva? Segundo a Polícia Federal, no dia 12 de novembro de 2022, aliados do general se encontraram para discutir não apenas como barrar a transição democrática, mas também como eliminar figuras-chave da política nacional, incluindo o vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes.
As investigações também apontam que Braga Netto tentou interferir diretamente no caso. Ele teria buscado informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para controlar os desdobramentos da apuração.
AVAL DA PGR: DECISÃO SEM VOLTA
A decisão de prender Braga Netto recebeu o respaldo do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em parecer divulgado no último dia 10, Gonet destacou que a prisão era essencial para impedir a continuidade do esquema criminoso e evitar que provas fossem destruídas. O procurador ainda enfatizou que há indícios robustos que conectam o general à tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A gravidade da situação fica ainda mais evidente com a descoberta de documentos na mesa do coronel Peregrino. Segundo a PF, os papéis traziam orientações que reforçam a participação de Braga Netto em uma articulação golpista de grande escala.
O QUE VEM A SEGUIR?
Detido na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Braga Netto passará por uma audiência de custódia ainda hoje, às 14h, por videoconferência. A expectativa é que ele seja transferido para o Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.
Enquanto isso, o país observa atento os desdobramentos de um caso que promete marcar a história política brasileira. Quem mais está envolvido? Quais serão os próximos passos das autoridades?